Luto.
É uma manhã de sábado, eu acordo sonolenta, por volta das seis horas da manhã, escutando a sua voz, me chamando, de forma sutil. Quando meu corpo ganha coragem o suficiente para abrir os meus olhos, eu me vejo sozinha. Completamente sozinha. Assim como em todas as manhãs passadas. Retiro o lençol azul que cobria a minha face e escuto alguns ruídos. Ruídos que vêm da cozinha, da casa dos vizinhos, dos pássaros... Mas nenhum deles se parece com o barulho dos seus passos vindo em minha direção. E se parecessem, significaria que eu estou apenas sonhando mais uma vez. Levanto-me e arrasto o meu corpo até o banheiro, evito encarar o espelho, porque tudo o que vejo atrás do meu olhar morto e cheio de olheiras, é você. Encho minhas mãos de água e as levo até meu rosto, esfregando-o com força, já sabendo que terei de enfrentar mais um dia escuro, onde só encontrarei um pouco de paz, quando a noite chegar e eu finalmente puder dormir. M inhas manhãs vêm sendo assim há quase um mês, des