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GPS da alma

    Mais do que apenas uma junção de letras, vírgulas e pontos, mais do que apenas palavras espalhadas em um papel em branco. A escrita é como o GPS da alma, que me guia para um lugar distante, calmo e seguro, onde eu posso descansar depois de um longo dia perdida entre o caos de pensar e sentir. É onde posso despejar tudo aquilo que sou, meus medos, arrependimentos, sonhos e desejos. É onde tudo se torna realidade e o impossível se torna possível, por pelo menos um segundo. Quando escrevo sinto o mundo inteiro a minha volta silenciar, fico mais forte do que nunca! Não me importo em ser imprudente, vulnerável, melancólica ou qualquer outro predicativo usado para se referir a poetas como eu. Sou só eu e a escrita. A escrita que me é tão importante para viver quanto o ar que respiro e que me transforma em poesia, trazendo-me a calmaria e o equilíbrio. Tenho fome de literatura, o meu espírito anseia pela arte de tocar as pessoas com tudo aquilo que a minha alma está cheia de vontade de

Cura.

       É uma manhã de sábado. Outra manhã de sábado. Aqueles sábados com cara de segunda-feira. Tediosos. Cuja vibe te deixa rabugenta logo ao acordar. (Pra mim todo dia é sábado com cara de segunda). Eu acordo um pouco mais tarde do que o habitual. Acordo de um sonho. E no instante em que desperto, já o esqueço. - "Como foi mesmo?" - Me pergunto. Me esforcei ao máximo, puxei a memória, mas não consegui lembrar. Apenas fugiu.    É. Já faz um tempo em que meu primeiro pensamento do dia vêm sendo coisas banais: "Aí, meu Deus, o Sisu!" Ou então: "Que horas são?? Tenho que pôr a roupa pra lavar." A vida foi voltando a sua monotonia a medida em que você foi sumindo.    De repente, você parou de sussurrar nos meus ouvidos todo amanhecer... Ou foi eu que parei de te escutar? Bem... Você não aparece mais. A luz do sol já não me lembra suas mentiras que me cegavam.  O barulho que o vento faz não se parece nada com o barulho dos seus passos. O cheirinho do café rec

Luto.

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   É uma manhã de sábado, eu acordo sonolenta, por volta das seis horas da manhã, escutando a sua voz, me chamando, de forma sutil. Quando meu corpo ganha coragem o suficiente para abrir os meus olhos, eu me vejo sozinha. Completamente sozinha. Assim como em todas as manhãs passadas. Retiro o lençol azul que cobria a minha face e escuto alguns ruídos. Ruídos que vêm da cozinha, da casa dos vizinhos, dos pássaros... Mas nenhum deles se parece com o barulho dos seus passos vindo em minha direção. E se parecessem, significaria que eu estou apenas sonhando mais uma vez.     Levanto-me e arrasto o meu corpo até o banheiro, evito encarar o espelho, porque tudo o que vejo atrás do meu olhar morto e cheio de olheiras, é você. Encho minhas mãos de água e as levo até meu rosto, esfregando-o com força, já sabendo que terei de enfrentar mais um dia escuro, onde só encontrarei um pouco de paz, quando a noite chegar e eu finalmente puder dormir.    M inhas manhãs vêm sendo assim há quase um mês, des

Reuniversando.

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    Reaprendendo a sentir tudo aquilo o que nunca sequer cheguei a aprender de verdade.   É possível imergir em um sentimento sem deixá-lo invadir seus pulmões? É possível se divertir enquanto caminha entre a lucidez e a inconsciência?    Ao atraí-lo para minha órbita, deixei de ser apenas poeira estelar e me tornei um universo inteiro. Já não há porquê temer o impacto de astros que sequer foram nomeados um dia. Marina V.

A(mar)

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Não sei me manter no raso, Meu desejo é poder adentrar.  Mergulhar de corpo e alma, Como a lua imerge no mar.   Ela não tem medo de águas turvas, Não tem medo do seu balançar. Só quer se fundir com as ondas, E finalmente deixar-se a(mar) .  Marina V.

Colecionadora de saudades

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Eu acredito na teoria de que todos nós somos colecionadores. Inconscientemente, ou não, todos nós colecionamos alguma coisa. Sejam moedas antigas, figurinhas, conchas, bolinhas de gude ou miniaturas de super-heróis. Eu coleciono saudades. Elas ficam guardadas em um enorme baú no interior da minha alma, e pra ser sincera, eu não faço a mínima idéia de quem implantou esse baú lá, não foi eu... bom, talvez eu já tenha nascido com ele. Não sei qual o seu limite, porque mesmo estando apertado de tantas coisas, sempre parece caber mais uma. São saudades de diversas formas, tamanhos e cheiros, cada uma com sua particularidade...   MARINA V.

Fantasma

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        O seu fantasma ainda vaga ao meu lado, me pregando peças, me fazendo tropeçar.  Posso ouvi-lo sussurrar em me u ouvido meias-palavras, meias-verdades.  P alavras esburacadas, incompletas e totalmente dubitaveis. O eco da dúvida permanece em minha mente, seu barulho é ensurdecedor, capaz de estourar meus típanos e estraçalhar a minha alma. Sua voz soa agressiva, como as ondas do mar durante uma noite de tempestade. Meus órgãos se reviram, se contraem, e, logo em seguida, se afastam, abrindo um grande buraco em meu peito.    Um vão que já está aqui, escondido há tanto tempo, que já o considero parte do meu organismo. Temo que a sua única função seja abrigar você e tudo aquilo o que costumávamos ser.    As lembranças, as memórias, tornaram-se pesadelos que me assustam até quando as luzes estão acesas e meus olhos bem abertos. É inútil implorar para que me deixe dormir. Me pergunto se algum dia conseguirei quebrar as correntes que me mantém presa a você... e tenho medo, medo de me