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Mostrando postagens de maio, 2023

Fantasma

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        O seu fantasma ainda vaga ao meu lado, me pregando peças, me fazendo tropeçar.  Posso ouvi-lo sussurrar em me u ouvido meias-palavras, meias-verdades.  P alavras esburacadas, incompletas e totalmente dubitaveis. O eco da dúvida permanece em minha mente, seu barulho é ensurdecedor, capaz de estourar meus típanos e estraçalhar a minha alma. Sua voz soa agressiva, como as ondas do mar durante uma noite de tempestade. Meus órgãos se reviram, se contraem, e, logo em seguida, se afastam, abrindo um grande buraco em meu peito.    Um vão que já está aqui, escondido há tanto tempo, que já o considero parte do meu organismo. Temo que a sua única função seja abrigar você e tudo aquilo o que costumávamos ser.    As lembranças, as memórias, tornaram-se pesadelos que me assustam até quando as luzes estão acesas e meus olhos bem abertos. É inútil implorar para que me deixe dormir. Me pergunto se algum dia conseguirei quebrar as correntes que me mantém presa a você... e tenho medo, medo de me

Mais uma noite

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        Essa é mais uma daquelas noites silenciosas em que eu sento na calçada, coloco uma música e me questiono sobre as suas farsas. Mais uma daquelas noites em que eu esqueço de rimar e pouco me importo em ter que me esconder nas entrelinhas. Mais uma daquelas noites em que transformo toda a sua indiferença em textos estúpidos.     Mas... esta noite, sinto algo de diferente. Neste momento, me recuso a me acomodar na dúvida de suas ações questionaveis, me recuso a rejeitar a verdade, só porquê ela não é o que eu gostaria que fosse, me recuso a te idealizar como o alguém que você nunca foi e que jamais será. Esta noite eu consigo enxergar com clareza, o que antes, não passava de um vislumbre. No fundo, em cada uma daquelas noites, eu já sabia a verdade, mas ainda assim tentava te ressignificar em cada um dos meus poemas, o que é cômico, porquê você jamais parou para ler algum, e mesmo que os lesse, eu dúvido que conseguiria enxergar o seu nome estampado por trás de cada verso. Você se

Murmúrios Inaudíveis

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Sento-me no chão do quarto E me permito finalmente sentir. Libero meu lado mais vulnerável Depois de há tanto o reprimir. O que sinto já não reconheço, Então na escrita o tento definir. Mergulho em meu próprio caos Na tentativa de o entender, Mas lentamente sou sufocada, Meu corpo não pode se mover. O silêncio quebra meus ossos, O frio vazio congela meu ser, De minha boca saem murmúrios De tudo o que nunca pude dizer. Todas as palavras não ditas Adormecidas em meu peito, Acumularam-se até transbordar, Tornando meu coração estreito, De onde saem gritos de desilusão E um choro eminente isatisfeito . Marina V. Pintura de Daria Pochinskaya