Maresia
Sou uma alma que vaga perdida
A
procura de um verdadeiro lar,
Me
instalando em outros corpos,
Passageiros, como ondas do mar,
Insistindo
em mergulhar ao fundo
Mesmo
sem ter aprendido a nadar.
Dizem
que lar é um lugar tranquilo,
Seu
cheiro é forte como a maresia.
O
aroma tem efeito de endorfina
E
embriaga a alma como anestesia,
Fazendo
o caos que nela reside
Se
transformar em paz e calmaria.
Mas
o que eu anseio é diferente,
Não
me contento em no raso ficar,
Meus
pés não querem estar ali,
Apenas
sentindo a água quebrar.
Há
um sentimento que me guia,
E
eu, ingênua, o sigo sem hesitar,
E
me atiro cada vez mais ao fundo,
Correndo
o risco de me afogar.
Logo,
meu corpo perde as forças,
E,
então, é vencido pela exaustão.
Meu
espírito faminto por exagero
Continua
preso nessa imensidão,
E
não quer entrar em consenso,
Ainda
tentando achar algo intenso.
As
ondas violentas que assustam
Me
dão o sentimento de liberdade,
Preenchendo
o vazio que carrego
Ao
que parece uma eternidade.
Afinal,
como foi que a violência
Virou sinônimo de intensidade?
Marina V.
Pintura de Donald Demers
Nossa, que poema lindo! Parabéns!!!
ResponderExcluirFico feliz que gostou! Obrigada!
ExcluirVocê tem um dom incrível garotinha, de transformar seus sentimentos em escrita. Tô cativante contigo🫠🤌
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