Profundezas inabitáveis.
Agora, neste momento, me encontro há oceanos de distância, totalmente absorta neste devaneio aquoso que fantasiei. Sentada na areia da praia, ainda não tão acomodada a sua rispidez fora do normal contra meu corpo, tampouco acostumada com as rajadas de ar frio que penetram minha pele e que parecem chegar até meus órgãos, congelando-os. Apesar dos desconfortos, permaneço, como um barco encalhado. Movo meus olhos ao redor e tudo o que vejo são ondas violentas e inquietas, cheias de ódio, incompreendidas. Engraçado dizer que ao ao invés de me assustarem, elas parecem me chamar, como se de alguma forma desejassem me possuir. A lgumas finalmente vêm até a costa, ameaçam molhar meus pés, mas não os molham. Parecem, em minha opinião, ligeiramente assustadas. Mais uma vem até mim e quebra há alguns centímetros dos meus pés. Logo em seguida, outra... forte o suficiente apenas para encostar em meu calcanhar e deslizar de volta ao seu lugar de origem. Não é cômico que sua intens