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Devaneio.

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  Já não sei diferenciar o que verdadeiramente real e o que é apenas um devaneio criado pela minha própria cabeça. Mas, em todas as circunstâncias, eu continuo sendo invisível, como uma onda oculta no espaço. Escondida entre o brilho das estrelas, inacessível a qualquer lente ou olhar. 

Onda grande.

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Se me conheces o bastante, Sabes que sou pura poesia. Minha forma de sentir é imensa, Entorpecente como a maresia. É preciso de muita coragem Pra adentrar a minha melancolia.  Mas, se tem medo de onda grande, Certamente terá medo de mim. Água batendo na coxa não me basta, O que me preenche é o ir até o fim.                                                                

GPS da alma.

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    Mais do que apenas uma junção de letras, vírgulas e pontos, mais do que apenas palavras espalhadas em um papel em branco. A escrita é como o GPS da alma, que me guia para um lugar distante, calmo e seguro, onde eu posso descansar depois de um longo dia perdida entre o caos de pensar e sentir. É onde posso despejar tudo aquilo que sou, meus medos, arrependimentos, sonhos e desejos. É onde tudo se torna realidade e o impossível se torna possível, por pelo menos um segundo. Quando escrevo sinto o mundo inteiro a minha volta silenciar, fico mais forte do que nunca! Não me importo em ser imprudente, vulnerável, melancólica ou qualquer outro predicativo usado para se referir a poetas como eu. Sou só eu e a escrita. A escrita que me é tão importante para viver quanto o ar que respiro e que me transforma em poesia, trazendo-me a calmaria e o equilíbrio. Tenho fome de literatura, o meu espírito anseia pela arte de tocar as pessoas com tudo aquilo que a minha alma está cheia de v...

Reuniversando.

    Reaprendendo a sentir tudo aquilo o que nunca sequer cheguei a aprender de verdade.   É possível imergir em um sentimento sem deixá-lo invadir seus pulmões? É possível se divertir enquanto caminha entre a lucidez e a inconsciência?    Ao atraí-lo para minha órbita, deixei de ser apenas poeira estelar e me tornei um universo inteiro. Já não há porquê temer o impacto de astros que sequer foram nomeados um dia .

A(mar).

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Não sei me manter no raso, Meu desejo é poder adentrar.  Mergulhar de corpo e alma, Como a lua imerge no mar.   Ela não tem medo de águas turvas, Não tem medo do seu balançar. Só quer se fundir com as ondas, E finalmente deixar-se a(mar) . 

Murmúrios Inaudíveis

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Sento-me no chão do quarto E me permito finalmente sentir. Libero meu lado mais vulnerável Depois de há tanto o reprimir. O que sinto já não reconheço, Então na escrita o tento definir. Mergulho em meu próprio caos Na tentativa de o entender, Mas lentamente sou sufocada, Meu corpo não pode se mover. O silêncio quebra meus ossos, O frio vazio congela meu ser, De minha boca saem murmúrios De tudo o que nunca pude dizer. Todas as palavras não ditas Adormecidas em meu peito, Acumularam-se até transbordar, Tornando meu coração estreito, De onde saem gritos de desilusão E um choro eminente isatisfeito . Marina V. Pintura de Daria Pochinskaya

Poetas como eu

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    É difícil, até para poetas como eu, manter o seu caos escondido nas entrelinhas, visível apenas aos olhos certos, porquê toda a sua brutalidade não consegue espremer-se entre palavras bonitas, e acaba tomando todo o espaço para si, ficando completamente à mostra.    E é uma decepção, para poetas como eu, não ser capaz de romantizar em palavras toda a sua crueldade.   Pois, poetas como eu, precisam transformar as suas dores em amores doces, e mesmo depois de tanto te poetizar, você continua deixando um gosto amargo em minha boca.  Marina V. Pintura de Johan Zoffany

Infinito

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    Como algo pode ter o poder de destruir e reconstruir ao mesmo tempo? Ao passar dos anos, observei os meus dois lados se moldarem, de forma brusca. Um obscuro, e o outro cheio de luz.    Cada um com uma forma diferente de pensar, sentir e reagir, e com suas diferentes formas de me persuadir, até conseguir total domínio sobre mim.    Enquanto um lado chuta de forma violenta todas as pedras que encontro pelo caminho, o outro: para, admira suas diferentes formas e cores e recolhe aquelas que julga serem necessárias para o continuar da minha caminhada. Enquanto uma parte traz a calmaria de uma lagoa deserta, a outra é como um mar violento, que devora tudo o que chega ao seu alcance... maaas... quer saber um segredo? Recentemente descobri que essa lagoa tão serena, desagua nesse mesmo mar agitado. Mesmo com suas personalidades diferentes, eles SEMPRE estiveram ligados, um completando o outro, e não delimitados, como eu sempre pensei. E é isso o que me torna e...